domingo, 23 de setembro de 2012


RITMO
Pode variar entre forte e fraco, sendo que, dentro da roda, quem dita a variação do ritmo é o mestre, no qual vai indicar como a capoeira ira ser jogada. Lembrando que o ritmo sempre ira ter três tempos, 2 fracos e 1 forte.
Na escola: pode-se usar musicas, simples e não necessariamente da capoeira, acompanhadas com palmas para ditar um ritmo com os três tempos.

GINGA
Mestre Bimba indica que “o Gingado é a alma da capoeira”.
A ginga, segundo mestre Decânio, “consiste no movimento ritmado de todo o corpo, acompanhando o toque do berimbau, com a finalidade principal de manter o corpo relaxado e o centro de gravidade do corpo em permanente deslocamento, pronto para esquiva, ataque, contra-ataque ou fuga. Durante o gingado, o praticante deve manter-se em movimento permanente, simulando tentativas de ataque e contra-ataque, sempre atento às intenções do parceiro, em contínua postura mental de esquiva e proteção dos alvos potenciais de ataques."
Na capoeira todos os golpes partem da ginga.
 Na escola: Podemos posicionar os alunos em forma de tabuleiro, entregando-lhes uma corda ou um lenço, formando um triangula, onde os alunos devem ficar com os pés paralelos na base do triangulo, sendo que a ponta desse triangulo ficará para trás do aluno.
 Inicia-se a atividade, ensinado a levar a perna para trás, posicionando-a na ponta do triangulo, uma de cada vez. Em seguida ensina o posicionamento dos braços, flexionados à frente do rosto (como forma de defesa), alternado com o movimento da perna (perna atrás, braço na frente).
  




GOLPES

ARMADA
É um golpe de ataque, onde o chute é realizado com o lado externo do pé, em que o corpo dá um giro de 360 graus por trás.


Também conhecido com “ estrelinha” o Aú é um movimento de deslocamento, normalmente usado para entrar na roda (podendo servir com golpe de ataque ou de defesa) ou como esquiva de golpes rasteiros.

Na escola: para ensinar o Aú precisa-se de um processo pedagógico, iniciando por educativos.
- colocar uma perna a frente, e a mão, do mesmo lado da perna, vai ao chão seguida pela outra mão, que ficará um pouco mais a frente, sequencialmente a outra perna também ira vir mais a frente das mãos;
- semelhante ao primeiro, só que agora no processo de troca de pernas ira levantar ambas do chão;
- assim que os alunos se sentirem confortáveis e seguros, pode começar o processo de realização do Aú completo.

Na imagem podemos analisar as variações do Aú.

BENÇÃO
É um movimento de ataque realizado de frente para o adversário, com um chute frontal e os pés na posição plantar.


NEGATIVA
E realizado como defesa, um movimento de esquiva em que o praticante se abaixa até ficar rente ao solo, com uma perna estendida e a outra flexionada para desviar do oponente.



COCORINHA
E uma esquiva da capoeira na qual se abaixa de frente para o adversário de cócoras, apóia-se uma mão no chão ( ao lado do corpo) e outra mantém flexionada na frente do rosto (defesa).



MEIA-LUA
É um movimento de ataque realizado de frente para o adversário. Na forma de um chute se realiza um “circulo” no ar com a perna de fora para dentro.


JOELHADA
O movimento de ataque que é realizado com o joelho.

TESOURA
Movimento em que se envolve o adversário com as pernas e se movimenta-as em sentidos contrários, de modo a derrubar o adversário.

Na escola: podemos realizar a “Tesoura de Bebe”, onde um aluno fica de pé e o outro deita lateralmente encostando o bumbum no calcanhar do que está de pé. O aluno deitado coloca uma perna na frente e a outra atrás do corpo do aluno que está de pé, ficando como se fosse uma tesoura aberta, então realiza o movimento de tentativa de fechamento da “ tesoura” fazendo com que o outro aluno caia mantendo a guarda no rosto.

OUTROS GOLPES
§  Martelo: golpe com o peito do pé.
§  Queixada: golpe circular com a parte externa do pé.
§  Cabeçada: golpe aplicado com a cabeça contra o adversário para desequilibrá-lo ou feri-lo.
§  Rabo de arraia: o lutador dá uma cambalhota no ar e golpeia o adversário com os calcanhares.
§  Rasteira: golpe desequilibrante aplicado com o pé varrendo a perna de apoio do adversário.
§  Tapona: tapa visando a machucar ou distrair o adversário.
§  Voo do morcego: o lutador salta e golpea o adversário com os dois pés.

APLICAÇÃO DOS GOLPES NA ESCOLA
Após ensinar os golpes, podemos realizar atividades de aplicação dos mesmos:

1- Capitão do mato
O Capitão do Mato (pegador) deve pegar os escravos (fugitivos) que fugiram do quilombo, assim que os escravos forem pegos devem ficar na posição de cocorinha (colados) até que os outros escravos venham lhe salvar, realizando uma meia lua por cima da cabeça do que foi pego. Pode-se variar os golpes.

2- Cavalaria e Capoeira
Para essa atividade os movimentos a serem realizados devem ser combinados entre o professor e os alunos. Sendo assim todos os alunos gingam ao ritmo da musica tocada, quando a musica para a cavalaria (pegadores) vai a busca dos capoeiras (fugitivos) que ao serem pegos vão presos nas cadeias, espaço delimitados pela cavalaria, para os capoeiras saírem dessas cadeias devem realizar um movimento, que foi estabelecido anteriormente.
Podem-se haver variações no decorrer da brincadeira, por exemplo, por mais cavalaria, fazer com que outros capoeiras façam os movimentos para salvar quem esta na cadeia, entre outro que devem ser combinado com os alunos.

3- Para treinar os golpes, podem se realizar atividades de fixação, um exemplo é colocar os alunos em tabuleiro e ficarem gingando ao ritmo da música, assim que a musica parar o professor dirá um golpe em que todos devem realzar.

4- Sequências para a roda
Após saber uma serie de movimentos, pode-se uni-los formando uma sequência para que se possa fazer em roda. Exemplos:
Sequência 1: comprimento, Aú, ginga, armada, negativa e golpe de perna (ataque).
Sequência 2: comprimento, Aú, ginga, cocorinha, golpe de perna (ataque) e negativa ou esquiva lateral.
Depois de já ter uma certa pratica forma-se uma roda, onde os alunos realizaram os movimentos no meio, enquanto isso quem está na roda ditará o ritmo com palmas.


Referencias
 TORREs,José Augusto Macies; Santos, Carlos Alberto Conceição. Coleçãoi Artes Marciais: Capoeira. Ano 02nº12, editora Online.
 FREITAs, Jorge Luis de. Capoeira Infantil: jogos e brincadeiras. 2ª Ed.
 QUADROS, Emanuele N.; MOURA, Gabriela de.; LABES, Gabriela.; CARVALHO, Joice; CLAMER, Marilize. L.S.A Lutas, Saúde e Aptidão Física.
http://lsalicenciatura.blogspot.com.br/2012_09_01_archive.html acesso em 16/09/12 as 14: 30.h
Capoeira/ Principais golpes, http://pt.wikibooks.org/wiki/Capoeira/Principais_golpes
Acesso em 19/09/12 as 15:02h

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Histórico da Capoeira

HISTÓRICO DA CAPOEIRA


A capoeira como prática corporal, começou a ser documentada na primeira década do século XIX no Rio de Janeiro. Há várias hipóteses em relação a origem da capoeira, segundo documentários, ela é nascida no Brasil de filhos de pais africanos. A capoeira como luta ou jogo não se manifestou da mesma forma durante períodos e regiões onde era encontrada a sua prática. Inserida no contexto social, cultural, político e econômico do Brasil, a capoeira dialogou com o ambiente em que habitava e com as respectivas mudanças nos cenários regionais e nacionais ao longo do tempo.
A palavra capoeira era usada tanto para designar o praticante do jogo ou luta como também para malfeitores, ladrões e bandidos de toda ordem. 
Com a Proclamação da República, inicia um novo período onde a capoeira seria um dos principais alvos de repressão e extinção sob Código Penal de 1890.


Manoel dos Reis Machado nasceu em 1990, conhecido como "Bimba", deu uma nova roupagem para a capoeira. Com uma visão a longo prazo, se vê como o redentor e modernizador da capoeira, cria a capoeira regional com metodologias criadas por ele mesmo, para então ela deixar de ser recriminada, marginalizada, proibida e discriminada.
Bimba surpreende a sociedade agora com um novo comportamento, isto é, como um educador e agora a capoeira começa a ser tratada como Educação Física.


Como educador popular  e das elites, o Mestre Bimba coloca a capoeira no seio da sociedade, de todas as camadas sociais oportunizando a prática da capoeira a todos, fundou a academia de capoeira, frequentada principalmente por acadêmicos, Bimba criou regras onde a roupa deveria ser branca e metodologia para ensinar seus alunos e proclamava que a capoeira não era para atacar e sim como defesa pessoal eficiente, que a capoeira não foi feita para bater em capoeirista.
Em 1996 o Mestre Bimba foi homenageado como o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade Federal da Bahia, sendo o 1º Mestre da Capoeira a conquistar esse título.


Bimba aperfeiçoou o ritmo, definindo o uso dos instrumentos em: 1 berimbau e 2 atabaques assim, o capoeirista identifica o rítmo e variações no movimento dependendo da cadência do berimbau, aumentando o dinamismo na dança ou jogo.

   

A metodologia do Mestre Bimba consistia em movimentos de ataque, defesa e contra-ataque, a sequência original completa de ensino é formada com 17 golpes, onde cada aluno executa 154 movimentos e a dupla 308.

Os Golpes:
*Traumatizantes
*Desequilibrantes
*Básicos
e movimentos de projeções
Segundo Campos (2003) relata que o famoso Mestre Bimba afirmava que a capoeira por si só, era uma excelente forma de ginástica, pois desenvolve as qualidades físicas de base, o sistema aeróbico, anaeróbico e muscular. Influenciando ainda no aspecto cognitivo, estimulando a coragem, auto-confiança, cooperação, a formação do caráter e da personalidade.

Outro nome que marcou a capoeira foi Vicente Ferreira Pastinha, o Mestre Pastinha, defendia a capoeira como herança cultural popular. Para pastinha, a capoeira era muito mais que luta, que esporte era filosofia de vida.






 Além de todos os benefícios físicos, a capoeira é hoje um forte instrumento de expansão da língua brasileira, pois onde tem aula de capoeira se fala português não se traduz, todos os movimentos e músicas são em português.